Uma delegação de 16 integrantes da família de Sion, incluindo nove irmãs, representou a congregação de Sion na conferência anual do ICCJ (Conselho Internacional de Cristãos e Judeus) realizado em Lund, na Suécia, cujo tema foi: “Transformations Within and Between: How Does Our New Relationship Affect Christian and Jewish Self Understandings?” (Transformações em nós e entre nós: como nosso novo relacionamento afeta a autocompreensão cristã e judaica?)
No evento de abertura, realizado na Catedral de Lund, uma apresentação tocante de Klezmer (música folk tradicional judaica) definiu o tom da conferência, seguida de palestras que convidaram os participantes a serem atentos e corajosos, em preparação para os assuntos porventura espinhosos com os quais estávamos prestes a nos deparar.
“Hoje em dia, no mundo, há desafios que causam medo”, notou a parceira de Sion Barbara Goetz, do Canadá, ao se preparar para os três dias seguintes, “e também há a esperança. Abraçaremos a esperança.”
Os palestrantes do primeiro dia, encarregados do conteúdo acadêmico, recordaram o fato de que “ao longo dos séculos, muitos judeus e cristãos tiveram suas histórias entrelaçadas. Apesar de os judeus e cristãos terem nutrido suspeitas, hostilidades e uma atitude de afastamento mútuo durante muito tempo, mais recentemente, um novo relacionamento de respeito e solidariedade começou a ser desenvolvido.
As palestras dos dias seguintes giraram em torno dos efeitos positivos deste novo relacionamento, das influências negativas como o nacionalismo e o antissemitismo, bem como da contribuição muçulmana para o diálogo inter-fé na atualidade.
Para as irmãs de Sion, que estiveram ausentes apenas em poucas edições anuais da conferência do ICCJ durante os últimos 50 anos, a conferência sempre foi uma fonte de aprendizado e amizade. Novas amizades são estabelecidas e as antigas, renovadas. “Foi uma oportunidade incrível para aprendermos juntos, em diálogo, amizade e comunhão com tantos judeus, cristãos e muçulmanos”, notou a Ir. Maureen Cusick, da região do Reino Unido/Irlanda.
As palestras e workshops proporcionaram formas para cada pessoa e comunidade explorar se ocorreram transformações e como elas se deram. Os participantes foram desafiados a examinarem suas respostas às novas ondas de antissemitismo e islamofobia e a se colocarem a questão: “Como nos posicionarmos e resistirmos juntos, em solidariedade?”
Um grupo de quatorze pessoas de Sion permaneceu em Lund por mais dois dias após o fim da conferência para trabalhar conjuntamente sobre os desafios e oportunidades futuras, visando pensar também em como integrar o que haviam aprendido na conferência do ICCJ aos seus ministérios.
As parceiras de Sion Tina Apostolopoulos e Rebecca Bennett, da Austrália, afirmaram que os dois dias de reflexão passaram voando, e se comprometeram a abrir espaços para encontros e construir pontes onde todos sejam aceitos. Para elas, é importante que os encontros sejam mais do que simplesmente intelectuais. “Eles precisam nos tocar a nível pessoal e emocional”, elas comentaram.
As ações propostas pelo grupo incluíram o incentivo à formação bíblica continuada, mantendo o foco no diálogo judaico-cristão e priorizando o aprendizado crescente sobre a tradição islâmica, bem como receber bem os jovens e formar parcerias com eles.
”Muito já foi feito e, de fato, somos diferentes de como éramos há 50 anos em nossas relações”, disse a Ir. Maureen, “mas todas concordamos que há muitas necessidades a serem exploradas, vividas e experienciadas em conjunto.”
“Nos sentimos muito privilegiadas e honradas por estarmos envolvidas neste incrível ministério da Igreja!”, concluiu Maureen.