Acompanhar pessoas longe de casa no Cairo

por Irmã Victoria Nabil

Sempre me interessei por psicologia e sempre gostei de cuidar de pessoas necessitadas — doentes, idosos — mas, me sinto um pouco incomodada ao ver sangue!

Foi assim que encontrei maneiras de servir na enfermagem e no aconselhamento.

Adoro trabalhar com adolescentes

Em primeiro lugar, estou envolvida em um grupo paroquial destinado a universitários que vieram de outras cidades e países para o Cairo, capital do Egito. Temos missa, fazemos estudos bíblicos e discutimos assuntos espirituais. Juntos, conversamos e refletimos para que estas pessoas jovens se aprofundem em sua relação com Deus e, assim, aprendam a ouvir e a agir segundo a Palavra.

Procuramos fazer com que se sintam integrados

Como os alunos estão longe de casa, procuramos fazer com que se sintam integrados através de atividades sociais como passeios, música ou até brincadeiras simples. Damos aulas de idiomas (árabe, francês e inglês) para que lhes seja mais fácil encontrar trabalho. Conversamos abertamente sobre temas relevantes de suas vidas, como, por exemplo, usar redes sociais de forma adequada. Refletimos sobre o futuro de cada pessoa e como lidar com os problemas. Falamos também sobre como organizar nosso dia a dia e preenchê-lo com a presença de Deus, pessoas solidárias, comida, descanso e o hábito de aprender habilidades diferentes.

Meu segundo ministério é como enfermeira e conselheira junto a crianças e adolescentes sudaneses refugiados, também no Cairo. São jovens que, infelizmente, vivem em circunstâncias um tanto complicadas. Às vezes, eles vêm até mim para receber primeiros socorros devido a um corte ou contusão. Outras vezes, eles só querem conversar. Mas ocorre também de eles se verem diante de problemas físicos e mentais mais sérios. Nestes casos, eu encaminho estes jovens a um especialista, para acompanhamento adequado.

Aprendi a nutrir abertura não só para com as pessoas que conheço ou escolhi conhecer, mas para com todos

Adoro trabalhar com adolescentes, embora seja uma faixa etária potencialmente desafiadora devido à delicada fase de crescimento que estão passando: por um lado, há a sede de independência, mas, por outro, existe também a necessidade de respostas para tantas perguntas!

Através do jeito Sion de amar e acolher, estudar a Bíblia e se relacionar com Deus e as pessoas, aprendi a nutrir abertura não só para com as pessoas que conheço ou escolhi conhecer, mas para com todos. Graças a essas percepções, sinto muita alegria em ser enfermeira e conselheira!