A ConnecSion 2024 foi uma oportunidade de aprender mais sobre as raízes da congregação, conhecendo em primeira pessoa os lugares onde tudo começou, bem como uma chance de fortalecer o vínculo entre si como irmãs de Nossa Senhora de Sion no presente.
Essa foi a segunda vez que o encontro foi realizado na França desde a primeira ConnecSion em Jerusalém, em 2009. Em outros anos, realizou-se no Brasil e nas Filipinas. Após um longo intervalo devido à Covid, o convite para esse encontro francês foi estendido às irmãs que fizeram sua profissão desde 2016. Para algumas, foi a primeira vez que puderam se abraçar, depois de anos se conhecendo apenas por meio de videoconferências, e-mails e aplicativos de mensagens.
“Eu só tinha conhecido metade do grupo pessoalmente”, disse Ir. Crystal. “Meu coração disparou ao conhecer minhas irmãs e aquelas com as quais temos parentesco, como as Irmãs de S. Louis em Juilly. Foi como encontrar familiares que eu não sabia que tinha”.
Conhecendo as “parentes” de Sion, as irmãs de S. Louis.
A primeira semana foi passada na Alsácia. As irmãs começaram familiarizando-se com o contexto de Estrasburgo durante a metade do século XIX e depois foram a lugares de importância histórica para seu fundador, Teodoro Ratisbonne, como Bischheim, onde sua família havia morado, e Molsheim, onde ele foi convidado a estudar teologia pelo bispo de Estrasburgo.
No Castelo de Turquestein, as irmãs reservaram algum tempo para orar e refletir sobre o evento que havia ocorrido ali. Em 1797, Louise Humann, Joseph Ludwig Colmar e Madame Breck selaram um pacto ali, comprometendo-se a se dedicar a tornar a educação disponível para as crianças que viviam na pobreza. Meio século depois, inspirado pela orientação espiritual de Louise Humann, Teodoro Ratisbonne lançou as bases da congregação de Sion, e o primeiro ensino começou concretizando a visão estabelecida no Pacto de Turquestein.
No local do Pacto de Turquenstein.
Em Paris, as participantes da ConnecSion visitaram as igrejas que as primeiras irmãs frequentaram e as casas onde elas viveram com as crianças sob seus cuidados. Nos arquivos de NDS, bem como nos da Companhia das Filhas da Caridade e das Irmãs de São Luís, a história que as irmãs estavam reconstruindo gradualmente se tornou ainda mais clara à medida que elas folheavam cartas originais, documentos e obras de arte que davam vida ao passado.
“Estamos felizes porque agora tudo o que lemos e estudamos quando estávamos em formação faz sentido”, comentou Ir. Alejandra.
No Memorial da Shoah de Paris, elas encontraram os nomes de algumas irmãs e padres de Sion que receberam o título de “Justos entre as Nações” por ter salvado pessoas judias durante a Segunda Guerra Mundial.
No Memorial Shoah de Paris.
O segundo último dia foi passado na companhia das irmãs contemplativas em Grandbourg, nas proximidades de Paris. Foram momentos valiosos para todas, que revelaram a beleza de uma vida religiosa que transcende as noções comuns de sucesso e felicidade e traz um senso de plenitude na intimidade com Deus.
As participantes do ConnecSion encontram suas irmãs contemplativas em Grand Bourg.
“A vida contemplativa é muito mais do que simplesmente viver em silêncio durante todo o dia; é um convite contínuo para reencontrar o Sagrado no silêncio interior, onde a alma se aquieta e se torna receptiva à voz de Deus”, explica Ir. Lúcia.
“Nesse silêncio, as distrações do mundo perdem sua força e o coração se abre para um encontro profundo e transformador. O silêncio não é apenas ausência de som, mas um espaço onde a presença divina pode ser sentida de maneira tangível. Viver essa contemplação é um exercício de entrega e confiança, onde cada gesto, oração e respiração se tornam uma ponte para o divino”.
Essas reflexões conduziram bem ao último dia, que foi de reflexão e gratidão. Depois de duas semanas percorrendo os passos de Teodoro e Afonso Ratisbonne e das primeiras religiosas de Sion, o grupo saiu sentindo-se energizado e pronto para seguir em frente em seus respectivos locais de missão.
Oração e reflexão no último dia.